Capítulo 3 - Tudo corria bem

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- Lílian! Lílian! Vamos já para casa! – Chamava a mãe de Lílian no portão do parquinho. A garota, sabia que a mãe não gostava de esperar, só deu tempo de se despedir de Snape.
- É... Foi bom conhecer você! Você costuma vir sempre por aqui?
Severo que, por sua vez, estava vendo se o jornal não tinha nenhum amassado, não havia notado o grito da mãe.
- Venho sim. Principalmente aos sábados. Digamos que finais de semana não são dias para se ficar em casa. – Severo fez uma cara de desanimo.
- Problemas familiares? Lamento. – Lílian o acompanhou. – Bom, já vou indo, até amanhã, Severo!
Snape respondeu em um tom baixo, e sorrindo:
- Está bem, até!
Acompanhou com um olhar de afeto a saída de Lílian do parquinho, e procurou um lugar mais próximo para ver, ou tentar, o que acabara de acontecer. Severo estava com a cabeça nas nuvens, e só pensava em como ela é doce e gentil. Para Snape, não havia mais visão: só tinha visão do olhar de Lílian e aquele momento em que os dois levitavam a pétala.
Um vulto vermelho aparece no portão do parquinho e fala, rapidamente:
- Ah, depois, me conte mais sobre Gringotes! – E partiu.
Snape sorriu, e virou o foco para o jornal que estava ao seu lado do banquinho do parque. Particularmente, nunca ligou para notícias e manchetes sobre Gringotes, Ministério da Magia, e toda essa politicagem aí. Gostava de uma coluna escrita semanalmente por um professor de Artes das Trevas. O professor se chamava Callum Ellis. Para Snape, o cara era um gênio, talvez daí que veio a vontade de se tornar um professor das Artes das Trevas.
O tema do mês na coluna de Ellis era “Criaturas Mágicas”, e falava sobre Cinzal. Mas estava ficando tarde, escurecendo, quase não dava pra ler. Severo decidiu ir para casa. Quando estava virando a esquina da sua rua, encontrou o seu pai conversando com um operário que morava na casa ao lado. O pai de Snape estava sóbrio, isso foi o que o surpreendeu. Foi-se dirigindo até o portão de sua casa e mandou um tímido, mas sonoro, “Boa noite, senhor! Boa noite, pai! Não vai entrar para jantarmos?”. Snape não ligou, realmente, para a resposta do pai, perguntou só por educação. Entrou, e foi lavar as mãos para o jantar.
Entre barulhos de colher batendo no fundo do prato de sopa, Tobias Snape perguntou ao filho:
- Quem é aquela garotinha, Severo? Aquela que você estava conversando no parque.
Snape, tratou de engolir o resto de sopa que restava em sua boca, e respondeu:
- Lílian Evans, senhor.
- Sangue-ruim... – Sussurrou Eileen Prince, a mãe de Snape.
- Não diga isso aqui, Eileen! – Gritou o pai de Snape, dando um soco na mesa, fazendo Snape arregalar os olhos.
- O que significa “Sangue-Ruim”? – Perguntou Snape, intrigado, por conta da discussão.
Tobias tratou de explicar ao filho, antes que sua mãe dê uma explicação ineficaz e preconceituosa. Largou a colher no canto do prato e começou à contar:
- Sangue-ruim, filho, é uma coisa que nunca se deve dizer, você só precisa saber disso. Quem é bruxo de verdade não faz uma coisa dessas. Você é um bruxo de verdade, não é? – Estampou um leve sorriso no rosto.
- Sou sim, pai. E ainda vou ser o melhor e mais fiel bruxo que já existiu! – Empolgado, Snape sorriu para o seu pai.
Sua mãe, por sua vez, levantou da mesa lamentando. Tobias se dirigiu à Snape mais uma vez:
- Agora, vá se arrumar para ir deitar. Amanhã, vamos à feira, pra você me ajudar com as caixas.
- Está bem. Boa noite, senhor!
Depois de pendurar o velho casaco no cabide, deitou, e não parava de pensar como o dia foi bom. Produtivo. Conheceu Lílian Evans e seu pai estava bem, e sóbrio!
Tudo corria bem.


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