E a saudade?

Aos novos leitores, prazer, eu sou a mais ausente colunista desse site, mas agora, num momento de fraqueza, venho aqui me redimir. Me redimo com um texto que talvez não atraia a muitos, mas que a mim diz muito. Me mudei há três meses. Me abstive de internet, livros, fotos, posteres... tudo por causa da faculdade. Estou passando por experiencias únicas, e dentre essas posso falar da experiência única de se ver longe de todo esse mundo ficcional a qual pertencemos. Quantas vezes já não escutei que Harry Potter é coisa de criança? Quantas vezes já não me criticaram e me mandaram fazer algo realmente produtivo? Eis que aqui estou, fazendo algo produtivo sobre aquilo que amo, e que desejo nunca deixar de amar. Estive longe de todos os tweets, de todas as novidades, de todas as fotos, de todos os atores, de todos os textos incríveis e gifs perfeitos do tumblr. Estive longe desse mundo. Mas digo: isso não me fez menos fã, isso me fez amar mais ainda tudo isso. Porque sei que nos menores espaços de tempo em que navego por esse vasto mundo virtual vou encontrar algo que me faça sorrir, que me faça tecer lágrimas... E aí me lembro de todo o drama, de todo o furor sobre o último filme. E então eu me lembro que ei, quando o quinto filme lançou eu ainda revia o primeiro. Afinal, o que é o tempo para um fã? Li uma frase que me chocou muito, mas que temo que seja verdade. Diz Marcel Proust, "Só três ou quatro livros (ou saga) em toda uma vida nos dão alguma coisa verdadeiramente importante". Quantos livros você já leu? Eu posso dizer por mim, já li vários! E de quantos você se lembra? Lembrar do enredo tudo bem, dos personagens até vai... Mas você se lembra daquele momento, daquela frase, daquele primeiro beijo? Já está pensando em Harry Potter de novo, né? Tsc, que fãs somos nós! Tamanho é nosso amor que nos submergimos num mundo fantástico, nos alto elegemos lufanos ou sonserinos, e nossos sonhos são tão reais que juramos de pés juntos que já fomos ao beco diagonal. É o que eu digo para os trouxas: Abrir uma porta é fácil, quero ver você fazer isso com a força de um alohomora movendo sua mão inconscientemente em direção a maçaneta... Ok, tudo bem, eu devaneio eu sei. Mas já dizia C.S. Lewis, "(...) uma história para crianças de que só as crianças gostam é uma história ruim. As boas permanecem. Uma valsa da qual você só gosta enquanto está dançando não é uma boa valsa". Por isso eu imploro, não deixem a magia morrer! Saibam que fã não é só aquele que está sempre presente, sempre antenado. Fã é aquele que ama, e que por amor se lembra do seu objeto de admiração nas coisas mais simples, seja quando vê um par de óculos arredondados seja quando escuta ao longe o rufar de asas de uma bela coruja branca...